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DIRIGENTES "MODERNOS"
Do alto da minha latifundiária ignorância, consigo contemplar as maravilhosas proezas da trinca que compõe a ala dos "modernos" dirigentes do futebol brasileiro.
São eles: Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro - o Laor -, Juvenal Juvêncio e Arnaldo Tirone, respectivamente, presidentes do Santos, São Paulo e Palmeiras, três entre as quatro maiores agremiações futebolísticas de São Paulo.
O primeiro, Luís Álvaro, empresário bem-sucedido, entrou para o rol da fama esportiva ao recusar-se a vender o passe do jogador Neymar, por uma bela de uma fortuna; o segundo, que vem acumulando lambanças nos últimos anos, imortalizou-se pelas manobras jurídicas que lhe possibilitaram a continuidade no cargo; do terceiro, imaginava-se que daria um choque de modernidade à arcaica administração palestrina.
Une-os a fama de dirigentes diferenciados e evoluídos. Permita-me, pois, caro leitor, pitacar sobre esse tema.
O que o Sr. Laor fez de tão excepcional ao recusar uma oferta milionária por um jogador de ótimo nível, é verdade, mas que jamais chegará a ser um Garrincha, um Zico ou um Messi?
E o Juvenal, então, que comprou jogadores às dúzias, como se visitasse uma feira-livre de boleiros questionáveis, jogou fora milhões de reais, mas foi agraciado com um lampejo de sorte (imerecido), ao receber uma oferta incrível pela venda dos direitos do jogador Lucas. Pois não é que ele pretende investir boa parte dos milhões que o destino jogou na sua porta adquirindo o passe de um jogador comum, que passa mais tempo no departamento médico do que jogando: o Ganso? Não satisfeito, ele também andou sondando o Kaká, atacante caríssimo, com lesões crônicas, que está sendo solenemente desprezado pela atual equipe e que nada fez pelo São Paulo enquanto defendeu as suas cores.
Por fim, todos sabem o valor astrônomico do salário do treinador Felipão. Sabem, também que a relação custo-benefício, ao longo dos últimos anos, não vem sendo nada alvissareira para todos os palmeirenses, menos, ao que parece, para o Sr. Tirone, que está tentando antecipar a renovação do contrato do técnico, e, ainda por cima, oferecendo-lhe um reajuste sobre o já polpudo soldo.
Só uma pergunta paira no ar: se os clubes efetivamente fizessem parte do patrimônio pessoal desses senhores, se o capital despendido nesses negócios equivocados saísse do bolso de cada um, será que eles agiriam da mesma forma?
Como diria o filósofo chinês Nen Fu...
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Digam o que disserem do ex-presidente Lula, ninguém haverá de negar que ele é um gênio na arte de fazer política. Ok, um gênio do mal, talvez, mas um gênio, de qualquer forma.
Exatamente por isso, andei matutando bastante, nos últimos dias, e me perguntando: por que será que o Lula não esboçou nenhuma reação quando o prefeito Kassab anunciou o seu apoio ao candidato José Serra? E o que terá feito Kassab deixar Haddad de lado, depois de costurar alianças com o PT em praticamente todo o país? Em minha opinião, acreditar que esse apoio foi gerado apenas por um profundo sentimento de gratidão seria pueril demais.
Pois bem: o que todos devemos tentar calcular é o tamanho da (des)importância do apoio de Gilberto Kassab, no momento em que o seu índice de popularidade atinge níveis rasteiros. E isso ocorre porque o eleitor paulistano está habitando uma cidade fantasma. Durante toda a gestão Kassab, a tal "cidade limpa" tornou-se uma metrópole imunda, porca, nojenta. E, nos últimos meses, o desmazelo e o abandono se acentuaram. "Nunca antes na história de São Paulo" se viu tanto lixo nas ruas.
Lembrando o ditado "dize-me com quem andas...", essa sujeira toda, esse desleixo, subliminarmente, acaba sendo atribuído ao Serra. Como provam os resultados das últimas pesquisas.
Portanto, juntando lé com cré, é crível supor que o apoio do Kassab ao Serra não só foi franciscanamente tolerado pelo ex-presidente Lula, como, também, foi mais uma das suas brilhantes estratégias. Quanto a José Serra e ao PSDB, candidato e partido, como de hábito, só vão se dar conta disso quando sairem do páreo. Já no primeiro turno.
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